sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Antiga História





Apeguei-me tão fácil as suas manias, ao seu sorriso, ao seu cabelo macio, ao seu peito que tanto me confortou e me esquentou nos dias de frio, ao seu boné que, sem querer roubá-lo, era mais meu do que seu, assim como aquele seu blusão que ficava largo em mim.
Ainda me lembro daquele dia em que prometemos um ao outro, infinitos laços de amor e mesmo que esse sentimento acabasse, prometemos amizade. É, realmente, corações apaixonados dizem muita coisa, coisa até demais, pra quem saiu naquela noite batendo as portas, deixando lágrimas e muitas fotos para trás.
Se eu bem te conheço, a primeira coisa que fez quando chegou em casa foi recolher toda e qualquer coisa que lembrasse eu e você e, mesmo com o coração pedindo para que não o fizesse, você foi teimoso e separou tudo aquilo em uma caixa para jogar no lixo.
Você andou até aquele parque onde, depois de muitas conversas e confissões, demos o nosso primeiro beijo e depositou ali todas as provas materiais que um dia ainda nos amamos, cartas, fotos, presentes, só não conseguiu jogar o mais importante, o amor que ainda pulsava simultaneamente com o coração.
Não importa quantas coisas você atire da janela e implore para esquecer, tudo o que o amor mantém vivo dentro de nós nenhuma ação física vai apagar. As lembranças são vivas eternamente; são como faíscas que podem acender a qualquer momento ou se manter estáveis a medida que outros sentimentos são colocados em cima de uma antiga história, a nossa. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário